A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) divulgou, na quinta-feira (16), um painel de cortes nas universidades com os dados de 70 instituições de ensino. As reduções variam em cada universidade e vão de 15% a 54% na soma dos orçamentos de custeio e investimento. Neste cenário, a UFPel é a Universidade da Região Sul que mais perde recursos e está entre as 19 mais atingidas pelo corte no País.
Na UFPel, o recursos para custeio, que servem para pagar despesas de água, energia elétrica, limpeza, portaria e vigilância, entre outros, tiveram um corte de mais de R$ 22 milhões, o que representa aproximadamente 30% do orçamento total de R$ 74 milhões sem os cortes. De acordo com a administração central, este valor já não seria suficiente à manutenção da Universidade, mas com os cortes aplicados pelo Ministério da Educação (MEC), a situação fica ainda mais difícil.
De acordo com o painel da ANDIFES, a UFPel está entre as quatro Universidades mais prejudicadas da Região Sul do Brasil neste item do orçamento. Os recursos de custeio também são utilizados para pagamento de despesas de contratos de prestação de serviços, aquisição de material de consumo, além de bolsas e benefícios aos estudantes. Sem esse dinheiro, o serviço de transporte de apoio entre os campi e o subsídio ao preço das refeições no Restaurante Universitário serão afetados.
Já o orçamento para investimento, que estava previsto para ser em torno de R$ 9,5 milhões, foi cortado em 72,29%, cerca de R$ 7 milhões a menos. Neste item, a UFPel é a Universidade mais prejudicada com os cortes no orçamento na Região Sul do País, estando entre as 15 mais prejudicadas do Brasil. O orçamento de investimento ou capital são recursos para aplicação no patrimônio, como obras, equipamentos e materiais permanentes. Entre as obras que seriam realizadas com o recurso que foi cortado pelo MEC, estão readequações e reformas no prédio que atende o curso de Teatro, reforma do telhado do prédio do antigo DNOS, que atende o curso de Gestão Ambiental e readequação no prédio da Escola Superior de Educação Física, para receber uma piscina a ser utilizada nas aulas.
No total, o orçamento da UFPel em 2019 é de aproximadamente R$ 83 milhões. Contudo, houve uma redução de aproximadamente 35% pelo (MEC), o que configura um corte de cerca de R$ 30 milhões. O corte no orçamento promovido pelo MEC vai prejudicar mais de 21 mil estudantes, dos quais cerca de 3 mil mestrandos e doutorandos. São aproximadamente 10 mil vagas em 92 cursos de graduação que estão em risco de fechamento se não houver reversão da política de corte orçamentário. Os dados apresentados referem-se aos recursos com origem no Tesouro Nacional.
Brasil
A análise dos dados divulgados pela ANDIFES revela que, nas 70 Universidades Federais, são mais de 1,3 milhões de estudantes de graduação e mais de 200 mil mestrandos e doutorandos prejudicados pelos cortes e cerca de 400 mil vagas ameaçadas em 5.118 cursos, em 298 municípios.
Já na região Sul do Brasil, são 11 universidades atingidas pelos cortes, sendo mais de 230 mil estudantes e 72 mil vagas ameaçadas, distribuídos em 982 cursos que alcançam 55 municípios.
No Rio Grande do Sul são seis universidades implicadas nos cortes, totalizando mais de 110 mil estudantes prejudicados, 38 mil vagas ameaçadas, 22 mil mestrandos e doutorandos afetados. Os estudantes estão divididos em 472 cursos em 26 municípios.
O Painel dos Cortes
O Painel dos cortes é uma iniciativa de transparência da ANDIFES para esclarecer à população brasileira sobre o orçamento e sobre os cortes ocorridos em 2019 nos recursos das Universidades Federais.
O painel utiliza dados do Siafi, o sistema financeiro do Governo Federal, que são alimentados e atualizados diariamente. Acesse o mapa dos cortes no endereço http://www.andifes.org.br/painel-dos-cortes/ aplique filtros e explore o orçamento das IFES por universidade, ação orçamentária, e acompanhe a linha do tempo dos cortes.